Quanto cobrar pelo que você faz? Essa dúvida tira o sono de muita gente. Afinal, um preço alto demais espanta clientes. Já um preço baixo demais pode fazer você trabalhar feito louco e ganhar mixaria. Complicado, né?
Vamos conversar sobre como achar esse valor que nem queima seu bolso, nem espanta a freguesia.
O que é precificação e por que se importar com isso?
Precificação é basicamente decidir quanto cobrar pelo seu trabalho. Parece moleza, mas não é.
O preço que você cobra manda um recado para o mundo. É como se dissesse: “olha, isso aqui vale tanto”. E esse recado influencia como as pessoas enxergam o que você vende.
Já parou pra pensar que o preço de uma camiseta pode fazer ela parecer “baratinha” ou “de marca”? Mesmo tecido, mesmo corte, mas o valor muda tudo.
Maneiras de calcular preços que funcionam de verdade

Existem vários caminhos pra definir quanto cobrar. Vamos falar dos principais?
Preço baseado no custo
É o mais simples. Você soma tudo que gastou e coloca uma margem em cima.
Por exemplo:
- Material: R$ 50
- Mão de obra: R$ 100
- Custos fixos: R$ 30
- Total: R$ 180
Daí você decide: “quero ganhar 40% em cima disso”. R$ 180 + 40% = R$ 252
É fácil de calcular, mas será que o cliente topa pagar isso?
Preço baseado no valor que entrega
Aqui a lógica é outra. O quanto seu produto ou serviço vale para o cliente?
Se você cria um sistema que economiza R$ 10 mil por ano pra uma empresa, cobrar R$ 5 mil parece um bom negócio pra eles, mesmo que você tenha gastado só R$ 1 mil pra desenvolver.
O truque é saber o tamanho do problema que você resolve.
Preço baseado na concorrência
Dá uma olhada no que o pessoal tá cobrando e decide:
- Cobrar parecido (se seu produto for similar)
- Cobrar menos (se precisar conquistar clientes)
- Cobrar mais (se oferecer algo melhor)
Funciona para entrar no mercado, mas não considera suas particularidades.
Como saber seus custos de verdade
Pra não meter os pés pelas mãos, você precisa saber direitinho quanto gasta. E olha que muita gente esquece um monte de coisa.
O que você gasta diretamente
São gastos ligados diretamente ao que você vende, como:
- Material
- Mão de obra
- Embalagem
- Comissão de vendas
O que você gasta indiretamente
São aquelas contas que você paga mesmo sem vender nada:
- Aluguel
- Luz
- Internet
- Salários administrativos
- Marketing
E o seu tempo?
Ah, tem isso também! Se você é autônomo ou dono de pequeno negócio, seu tempo vale dinheiro.
Se leva 3 horas pra fazer um bolo, não é só farinha e açúcar que entram na conta. São 3 horas que você poderia estar fazendo outra coisa.
Erros que todo mundo cai na hora de definir preços

Cobrar pouco pra “conquistar cliente”
É tentador, mas perigoso. Além de ganhar menos, você passa a ideia de que seu trabalho vale pouco.
E depois? Aumentar o preço é sempre uma dor de cabeça. O cliente já se acostumou a pagar aquele valor.
Esquecer dos custos que não aparecem
Só contar o material e esquecer do resto? Receita certa pro prejuízo.
Se você faz artesanato, não é só linha e agulha. É também um pouquinho do aluguel do espaço, da luz que você gasta, do celular que usa pra atender clientes.
Ignorar os impostos
Dependendo de como seu negócio é registrado, os impostos podem comer uma boa fatia. Se esqueceu deles na conta, vai ter surpresa no fim do mês.
Copiar o preço do vizinho
Cada negócio tem sua própria realidade. O que funciona pro outro pode não funcionar pra você. Talvez ele tenha custos menores ou venda em maior quantidade.
Como saber se seu preço tá na medida certa
Definir preço não é ciência exata. É mais como cozinhar: você vai ajustando o tempero conforme o gosto.
Sinais de que você tá cobrando pouco
- Agenda sempre lotada
- Todo mundo fecha negócio sem pestanejar
- Trabalha feito condenado e o dinheiro não sobra
- Não dá conta de atender toda a demanda
Sinais de que você tá cobrando demais
- Poucos clientes fecham negócio
- Todo mundo pede desconto
- Concorrentes cobram bem menos por coisa parecida
- Você tem muito tempo livre (mais do que gostaria)
Estratégias diferentes para cada momento do negócio

Quando você tá começando
No começo, pode fazer sentido cobrar um pouco menos pra ganhar os primeiros clientes. Mas cuidado pra não se desvalorizar.
Uma boa saída é fazer promoções com prazo definido: “Preço especial de lançamento até dia tal”.
Quando já tem clientela
Com nome no mercado, você pode ajustar melhor os preços conforme o valor que entrega.
Uma boa é criar opções: pacote básico, intermediário e premium. Assim atende diferentes bolsos.
Quando oferece algo diferenciado
Se você tem uma especialidade rara ou um produto único, seus preços podem (e devem) refletir isso.
O segredo é saber comunicar por que vale a pena pagar mais pelo que você oferece.
Como falar de preço sem travar
Muita gente fica sem graça na hora de dizer quanto custa. Algumas dicas:
Fale primeiro do que o cliente ganha
Antes de soltar o valor, certifique-se que a pessoa entendeu o que leva pra casa.
Sanduíche de preço
- Fale dos benefícios
- Diga o preço com naturalidade
- Lembre de mais vantagens depois de falar o valor
Prepare-se para as perguntas
É normal que questionem. Tenha boas respostas que mostrem o valor do seu trabalho.
Não dê desconto à toa
Se você vive dando desconto, o cliente sempre vai esperar pagar menos. Reserve isso para ocasiões especiais: pagamento à vista, pacotes maiores, temporadas.
O lado psicológico dos preços
Os números mexem com a cabeça das pessoas:
Números quebrados funcionam
R$ 497 parece bem menos que R$ 500, mesmo sendo só R$ 3 de diferença. Parece bobagem, mas funciona.
Mostrar o mais caro primeiro
Se você mostra primeiro uma opção de R$ 1.000, quando chega na de R$ 500, parece baratinho.
Juntar coisas em pacotes
Combinar produtos ou serviços em pacotes permite oferecer “desconto” mantendo o valor total interessante.
Como aumentar seus preços sem perder a clientela

Uma hora você vai precisar reajustar. Algumas dicas:
- Avise com antecedência
- Explique por que está aumentando
- Dê condições especiais para quem já é cliente
- Entregue algo a mais junto com o aumento
- Aumente aos poucos, não de uma vez
Como o preço afeta a imagem do seu negócio
O valor que você cobra diz muito sobre você:
Preços altos
Passam ideia de qualidade e exclusividade. Atraem quem busca o melhor e está disposto a pagar por isso.
Preços médios
Posicionam você como opção confiável e justa. A maioria dos negócios se encaixa aqui.
Preços baixos
Atraem quem busca economia acima de tudo. Precisam de volume alto para dar lucro.
Como saber se sua precificação tá dando certo
Fique de olho nesses números:
- Quantos orçamentos viram vendas
- Valor médio por venda
- Quanto sobra de lucro
- Volume de vendas
- Quanto você ganha em relação ao que investiu
Se esses números estão saudáveis, seu preço provavelmente está no caminho certo.
Arrematando a conversa sobre precificação
Definir preços é uma habilidade que melhora com o tempo. O importante é:
- Conhecer seus gastos reais
- Entender o valor que você entrega
- Ficar de olho na concorrência
- Testar e ajustar quando necessário
O preço ideal é aquele que valoriza seu trabalho, atrai os clientes certos e permite que seu negócio cresça sem sufoco.
O que você precisa levar daqui:
- A precificação certa equilibra seus custos, o que o cliente valoriza e o que o mercado pratica
- Conhecer todos os seus custos é essencial para não trabalhar no vermelho
- Seu tempo tem valor e precisa entrar na conta
- Preços muito baixos podem prejudicar seu negócio no longo prazo
- Ajustes são normais até encontrar o ponto ideal
- A forma como você apresenta seus preços faz toda diferença
- Os valores que você pratica ajudam a construir a imagem do seu negócio